Qual a ligação entre Leiria e o rock? A cidade e a região envolvente de Alcobaça, Marinha Grande e Caldas da Rainha deram origem a inúmeras bandas rock que singraram na cena rock nacional e internacional.
Leiria pode ser considerada uma verdadeira incubadora de bandas rock que inspiraram gerações sucessivas. Os anos 90 foram especialmente ricos em termos de formações artísticas e autores promissores. Corriam os tempos longínquos (quase pré-históricos) sem Internet, iTunes ou Spotify. A globalização como a conhecemos hoje em dia era ainda um feito remoto. No entanto, bandas vibrantes como os Silence 4 (de Leiria), encabeçados por David Fonseca e Sofia Lisboa, ou os The Gift, abriram caminho a carreiras duradouras e sólidas.
A associação cultural Fade In, liderada por Carlos Matos, reveste-se de uma imensa importância enquando poderoso motor cultural da cidade. É responsável pela organização do festival gótico Extramuralhas que se realiza todos os anos em Agosto, assim como de festivais de música alternativa e exploratória. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos que organiza diversos eventos com um inquestionável selo de qualidade. Porque "há uma cultura que não se encontra nas prateleiras de supermercado".
Como será o futuro? A editora musical sediada em Leiria Omnichord Records tem desenvolvido nos últimos anos um trabalho fundamental na consciencialização pública da importância da profissionalização do sector cultural. Não apenas dos músicos em si, mas de todas as profissões que gravitam em torno da indústria da música: assistentes de palco, escritores, engenheiros de som, gestores de redes sociais, técnicos de luz, entre outros. Bandas como Surma, First Breath After Coma ou Whales foram descobertos nas escolas secundárias de Leiria. Muitos destes artistas profissionais vivem da música. É esta a lição a retirar: profissionalizar a cultura, de forma a que mais bandas como aquelas dos longínquos anos 90 possam florescer de uma forma altamente competente. De olhos postos no futuro.